A osteoporose atinge 10 milhões de brasileiros, a maioria idosos com mais de 65 anos. Uma das principais causas do distúrbio é a falta de vitamina D no organismo, hormônio semelhante aos esteróides e essencial para manutenção do esqueleto, promovendo a absorção de fósforo e cálcio, mineral que fortalece e aumenta a densidade óssea. O sol ajuda a processar a vitamina D. Era de se imaginar então que, num país tropical, a população tivesse bons índices do nutriente no organismo. Mas não.

Uma pesquisa do endocrinologista Luis Russo, do Brasil Centro de Pesquisas e Análises Clínicas (CCBR), apresentada à Fiocruz feita com 251 mulheres acima de 50 anos mostrou que as da Dinamarca têm maior concentração de vitamina D do que as do Brasil. Os índices encontrados no norte da Europa estavam em torno de 84, enquanto que os encontrados no Rio de Janeiro são de 65,4.

- A concentração de vitamina D nos brasileiros foi semelhante à de locais de latitude mais próxima ao Equador considerados ensolarados como o Rio de Janeiro, porém abaixo de onde se pratica políticas de fortificação de alimentos e suplementação de vitamina de rotina (EUA e países do Norte da Europa) - disse o endocrinologista.

Com base nos dados da pesquisa e reforçando a importância da prevenção da doença, a Federação Nacional de Associações de Pacientes e de Combate à Osteoporose (Fenapco) iniciou este mês uma campanha que pede que a indústria alimentícia adicione cálcio nos alimentos, como já acontece em países desenvolvidos. No Brasil, já existe o ácido fólico na farinha e o flúor na água.

Não basta pensar na osteoporose na terceira idade, alerta a especialista. O ideal é começar a prevenção desde a infância, já que a quantidade de cálcio pode ser armazenada no osso ao longo dos anos para ser usada depois que a pessoa envelhece. Neste domingo, dia 25, a Fenapco e Firjan/Sesi promovem em Copacabana caminhada, palestras e serviços gratuitos, a partir das 10h.- Pesquisas no Rio, São Paulo e Recife demonstram que os brasileiros idosos, mesmo estando expostos ao sol tropical, têm um índice de cálcio inferior aos de idosos da Dinamarca - afirma Suely Roitman, presidente da entidade.

- Aqui, a ideia sempre foi de alertar as pessoas idosas para uma alimentação rica em cálcio natural, à base de leite e derivados, assim como algumas folhas verdes, como brócolis, assim como à exposição ao sol pela manhã que é rica em vitamina D. A diferença para a Dinamarca e outros países é justamente a adição de cálcio nos alimentos - justifica.

Doença silenciosa

O ortopedista Leonardo Rocha, do Instituto Nacional de Trauma-Ortopedia (Into), explica que a osteoporose é responsável por quase 100% das fraturas das pessoas com mais de 65 anos. A prática regular de atividade física e a redução de alimentos que impedem a absorção adequada de vitamina D nos ossos, como os refrigerantes tipo cola, o chá preto, o chocolate, o café e o álcool, ajudam a diminuir o risco da doença.

- A atividade física com uma duração de 30 a 40 minutos aumenta a vascularização dos músculos que, junto com os ossos, são responsáveis pela proteção e sustentação do corpo humano. A vascularização dos ossos é feita por vasos que estão intimamente relacionados com os músculos. Indico os exercícios pela manhã, onde há também um bom aproveitamento do sol, importante para a síntese de vitamina D - explica o médico.

A partir dos 40 anos, época em que o declínio da densidade óssea pode começar a acontecer, é essencial buscar um especialista para fazer exames de dosagem de cálcio e vitamina D no sangue e a densitometria óssea, que ajudam a diagnosticar a osteoporose precocemente. O tratamento é feito com reposição adequada de vitamina D e cálcio, e medicamentos que atuam no metabolismo ósseo e retardam a perda da densidade dos ossos.



Espero que tenha gostado da nossa abordagem.
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