Durante décadas a osteoporose foi considerada uma doença que apenas acometia adultos, porém nos últimos anos vários estudos relacionado a baixa densidade óssea em crianças e adolescentes vem ganhando destaque no meio pediátrico. O principal aspecto abordado nos estudos são os fatores de risco para a baixa densidade mineral óssea, em que dividem esses fatores em intrínsecos e extrínsecos.
Os fatores intrínsecos são o sexo feminino, raça branca, hereditariedade e fatores hormonais, já os fatores extrínsecos que ganham destaques são maus hábitos alimentares, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, doenças crônicas e uso de medicamentos.
Quanto à etologia a osteoporose pode ser classificada em primaria ou secundária:
Osteoporose primaria | Osteoporose secundária |
Osteoporose idiopática juvenil | Desnutrição, anorexia nervosa |
Osteogênese imperfeita | Doença celíaca, Doença de Wilson, fibrose cística, cirurgia bariátrica |
Síndrome de Marfan | Artrite reumatoide juvenil, Lúpus eritematoso sistêmico, dermatomiosite |
Síndrome de Ehlers-Danlos | Asma |
osteoporose pseudoglioma | IRC, Síndrome nefrótica |
Homocistinúria | Paralisia cerebral, omobilização prolongada, tetraplegia |
Doença de Paget juvenil | Atraso puberal, deficiência do hormônio do crescimento |
Hipofosfatemia | Hiperparatireodismo, DM tipo 1 |
Hiperfosfatemia | Síndrome de Cushing |
Ainda dentro das causas secundárias devemos destacar o uso de medicamentos como um importante fator para a osteoporose infantil, medicações como glicocorticoides, fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, pioglitazona, omeprazol, pantoprazol, antirretrovirais, heparina, levotiroxina, análogos do GnRH, entre outros, podem estar diretamente relacionadas com a baixa densidade mineral óssea.
A maioria dos pacientes é assintomática, e quando presentes os sintomas representam uma doença avançada. Vários estudos apontam uma correlação entre a presença de cáries com a diminuição da densidade óssea, podendo este ser uma sinal precoce de baixa densidade mineral óssea. Fraturas de repetição e deformidades ósseas, são sinais de doença avançada.
O diagnóstico deve levar em consideração aos achados clínicos e os exames complementares mais indicados que são o DXA (absorciometria com raios-x de dupla energia), a radiografia de coluna e exames laboratoriais.
Critérios diagnósticos
Baixa DMO para idade:
DMO inferior a -2,0 DP (z-escore) da média de crianças da mesma idade, sexo.
Osteoporose:
- Uma ou mais fraturas de compressão vertebral na ausência de trauma de alto impacto e de doenças de coluna;
- Baixa DMO + duas ou mais fraturas de ossos longos até os 10 anos ou;
- Baixa DMO + três ou mais fraturas de ossos longos até os 19 anos.
Quando já instituída a baixa DMO para idade, o tratamento consiste primordialmente em corrigir possíveis doenças de base, suspender medicamentos que possam causar baixa DMO, estimular a atividade física, estimular a exposição a luz solar, ajustar a alimentação, entre outras.
As medidas farmacológicas a serem consideradas são suplementação de vitamina D e cálcio e o uso de medicamentos inibidores da reabsorção óssea (bisfosfonatos). Portanto, a ideia que a osteoporose é uma doença apenas de adulto deve ser desmistificada e todo pediatra deve estar atendo a suas causas e complicações.
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