Ossos ocos, finos, extremamente frágeis e quebradiços. Este é o quadro provocado pela osteoporose, doença que atinge os ossos e é marcada pela diminuição da resistência do osso, aumentando a fragilidade do tecido e favorecendo ao aparecimento de fraturas. A principal causa da osteoporose é o desequilíbrio entre a reabsorção e a formação de tecido ósseo, sendo mais comum em mulheres a partir dos 60 anos. As mulheres são o principal alvo da doença porque, normalmente, apresentam menor massa óssea do que os homens. As características genéticas como sexo, idade, raça, peso, altura e antecedentes familiares são responsáveis por 80% das causas da osteoporose.

Os 20% restantes relacionam-se com atividades como exercício, dieta, sedentarismo, tabagismo, alcoolismo, doenças pré-existentes ou adquiridas.

Após a menopausa, os ossos femininos passam a incorporar menos cálcio, que é parte fundamental da formação óssea, e por isso ficam quebradiços. Um dos maiores problemas da osteoporose, contudo, é que ela progride lentamente e poucas vezes apresenta sintomas, ou seja, sem exames específicos é fácil que passe despercebida até que ocorra uma fratura.

Pontos frágeis 

Hoje, em todo o mundo, a estimativa é de que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens acima de 50 anos tenham osteoporose. As fraturas costumam ocorrer em quatro lugares: o primeiro é a coluna vertebral, especialmente as vértebras lombares que, na maioria das vezes, são indolores e podem levar a deformidades (como a formação de uma corcunda), sendo as principais causas de diminuição da altura dos pacientes com quadro de osteoporose. O segundo é o quadril, que podem levar a imobilidade e até invalidez, dada a dificuldade de cicatrização das fraturas no local. Por último estão o pulso e o fêmur, que prejudicam bastante a independência no caso do idoso.

Existem dois tipos de osteoporose: a pós-menopausa e a senil. A primeira compromete as mulheres na época da menopausa, provocada pela restrição abrupta dos hormônios sexuais, com aumento da reabsorção do osso causada pela diminuição dos níveis de estrogênio no organismo. A osteoporose senil acomete a ambos os sexos e ocorre a partir dos 70 anos de idade, sendo causada pelo desequilíbrio provocado pela diminuição da absorção de cálcio pelo organismo. A osteoporose também favorece a fragilidade dentária levando a perda óssea e prejudicando a nutrição das pessoas com idade mais avançada.

Como diagnosticar e tratar 

É preciso fazer um exame de densitometria óssea, que mede a densidade dos ossos e mostra o estado de deterioração do colágeno ósseo, que dá sustentação ao osso. Trata-se de um método não invasivo, indolor e sem risco de radiação. Para as mulheres, o ideal é começar a fazer o exame já no período pré-menopausa. O diagnóstico de osteoporose é positivo quando existe a perda de mais de 25% da massa óssea e a presença de pelo menos uma fratura secundária.

Leite

Caso seja identificada a doença, o tratamento inicial conta com suplementação de cálcio. Entretanto, existem vários esquemas terapêuticos e medicamentos aplicados às diversas características dos pacientes, tratamentos direcionados aos tipos de osteoporose e para diferentes fases da vida.

Entre eles, destacam-se a reposição hormonal para a menopausa, uso de bisfosfonatos (alendronato, risendronato, ibandronato, zolendronato), modulador seletivo de receptor de estrógeno, hormônio paratireoideano, calcitonina, ranelato de estrôncio, assim como a prescrição atividade física com orientação profissional para controlar, reduzir e estabilizar o quadro.

Prevenção começa no berço
A prevenção é essencial para evitar, reduzir ou diminuir consideravelmente a osteoporose. Veja agora os principais cuidados, que começam até mesmo antes do nascimento.

1. Cuidados ainda na gestação
A prevenção da osteoporose tem início durante a gravidez e a amamentação, quando os cuidados com a dieta saudável e a suplementação de cálcio são muito importantes. Ao nascer o ser humano tem 25g de cálcio e, no término do desenvolvimento, possui 1000 g de cálcio. Esse aumento de 40 vezes é devido à alimentação. Durante toda a vida os cuidados com alimentação saudável, atividade física diminuem substancialmente o impacto da perda óssea.

2. Esportes preventivos
A atividade física regular é essencial para preservar a massa óssea, especialmente os esportes que trabalham mais a parte aeróbica como a corrida, o tênis, a dança ou qualquer atividade que force o corpo a trabalhar contra a gravidade. (musculação ou esteira, depende dos seus objetivos) O trabalho de resistência e fortalecimento ósseo, como na musculação, por exemplo, também é importante na prevenção. Os exercícios físicos e a manutenção da qualidade muscular estimulam o corpo a produzir mais células ósseas, aumentando e fortalecendo. Por outro lado, o sedentarismo e a imobilidade aumentam a perda óssea.  

3. Alimentação balanceada
As dietas exageradas para perda de peso, sem controle e orientação, intensificam a perda óssea. Tanto estar abaixo quanto acima do peso prejudica a saúde dos ossos. No entanto, em termos de reposição de cálcio, o uso de alimentos ricos nesse mineral deve fazer parte da dieta desde a infância.

Os alimentos mais indicados são o leite e seus derivados como queijos, coalhadas e iogurtes, que apresentam uma ótima concentração de cálcio: cerca de 250 ml de leite têm aproximadamente 200 a 250 mg de cálcio, 100 ml de iogurte possuem em torno de 300 mg de cálcio e em cerca de 100 g de queijo minas encontramos 300 mg de cálcio. As verduras como brócolis, couve e alface também possuem alta concentração de cálcio. A suplementação de cálcio deve ser diária e balanceada, de acordo com a faixa etária:

- Na infância: cerca de 600mg a 800 mg diários
- Na puberdade: de 800m g a 1200 mg diários
- Na idade adulta: cerca de 1000 mg por dia

4. Apague o cigarro
Além da absorção de cálcio ser bem menor nos fumantes, o cigarro tende a adiantar a menopausa, já que leva as mulheres a reduzirem a produção estrogênio.

5. Cheque seus medicamentos
Se você precisa tomar medicamentos, com regularidade, para artrite, rins, tiróide e fígado, consulte seu médico para que ele avalie se algum destes remédios pode levar a uma perda da massa óssea com o uso prolongado e peça orientações para evitar o problema. 



Espero que tenha gostado da nossa abordagem.
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